
Desde sua estreia em 2010, a trilogia animada encantou o público e arrecadou mais de US$ 1,6 bilhão em bilheterias ao redor do mundo. O novo longa mantém a mesma essência da narrativa, com cenas que recriam fielmente os momentos mais marcantes da animação.
A história segue ambientada na ilha de Berk, onde vikings convivem em constante conflito com dragões. O jovem Soluço (Mason Thames), filho do chefe Stoico (Gerard Butler), é visto como um desajeitado na arte de combater as criaturas aladas — até que, em uma tentativa de provar seu valor, captura um misterioso dragão da espécie Fúria da Noite. O encontro dá início a uma amizade improvável e transformadora.
A direção do live-action ficou nas mãos de Dean DeBlois, o mesmo cineasta que comandou os três filmes animados. Sua experiência com o universo da franquia garantiu uma transição visual e emocionalmente coerente para o novo formato.
Como em toda adaptação, o elenco era uma das maiores expectativas (e preocupações) dos fãs. Mason Thames, aos 17 anos, se destaca ao interpretar um Soluço convincente e carismático, reproduzindo os gestos e inseguranças do personagem com naturalidade. Gerard Butler, que deu voz a Stoico na animação, retorna agora interpretando o chefe viking em carne e osso.
Nico Parker, escolhida para viver a guerreira Astrid, foi alvo de debates nas redes sociais, mas entrega uma atuação forte, mostrando que tem tudo para conquistar os fãs. O alívio cômico continua nas mãos do grupo de adolescentes que sonha em se tornar caçadores de dragões: Julian Dennison (Perna-de-Peixe), Gabriel Howell (Melequento), Bronwyn James (Cabeçaquente) e Harry Trevaldwyn (Cabeçadura), que rendem boas risadas com suas trapalhadas e dinâmicas distintas.
Visualmente, o filme impressiona. O figurino viking, os cenários naturais e, especialmente, os dragões — criados com CGI — são pontos altos da produção. Os efeitos visuais permitem ver texturas realistas, movimentos musculares e expressões detalhadas nas criaturas. O olhar expressivo de Banguela, por exemplo, foi cuidadosamente trabalhado para manter a conexão emocional com o público.
Entre os momentos mais tocantes está a cena em que Soluço tenta se aproximar de Banguela, em uma tarde silenciosa e cheia de pequenos gestos que constroem a confiança entre os dois. A sequência emociona tanto quanto na animação original, agora com o reforço da atuação ao vivo e dos efeitos realistas.
O live-action de Como Treinar o Seu Dragão acerta ao preservar a magia da história original, conquistando tanto novos espectadores quanto os fãs de longa data. O resultado é um filme visualmente encantador, com o coração no lugar certo e um respeito admirável por aquilo que o tornou um clássico moderno.
Por: Super Fan FM