
O centro da discussão é Matheus Aleixo, da renomada dupla sertaneja Matheus e Kauan, que usou suas redes sociais para desabafar sobre a versão da música “A Nossa Praia” lançada por artistas do arrocha sem sua permissão.
A faixa, composta por Matheus Aleixo, Cesar Zocante e Matheus Marcolino, é um sucesso de 2017 do projeto “Na Praia 2 / Ao Vivo” de Matheus e Kauan. Recentemente, Heitor Costa e Henry Freitas lançaram suas próprias interpretações da canção, gerando o descontentamento de Matheus.
Versões Divergentes e um Pedido de Desculpas
Após o desabafo de Matheus, os artistas envolvidos se manifestaram. Henry Freitas afirmou ter recebido a autorização para a gravação em março, um mês antes de disponibilizar a música nas plataformas. Ele reforçou que “tá tudo certinho” e expressou admiração por Matheus e Kauan.
Já Heitor Costa fez um pedido de desculpas público a Matheus e Kauan, alegando que seu escritório não tinha a liberação da música quando ela foi postada nas plataformas. Em uma troca de mensagens divulgada por Matheus, Heitor inicialmente questionou a atitude do sertanejo, argumentando que o arrocha “estoura” músicas do gênero nas regiões onde o estilo é forte. Ele chegou a alegar não saber que Matheus era um dos compositores da faixa. Posteriormente, no entanto, Heitor reconheceu o erro e se desculpou, afirmando que a retirada da música das plataformas já estava sendo providenciada – e de fato, nesta sexta-feira (6), “A Nossa Praia é Amar” (título alterado por Heitor) não estava mais disponível no Spotify.
A Voz dos Compositores: Ética e Justiça
O caso de Matheus Aleixo não é isolado e ecoou na comunidade de compositores. Um grupo de autores lançou uma nota de repúdio, denunciando a “prática crescente e inaceitável de regravações não autorizadas de obras musicais, sobretudo no segmento do arrocha”.
Matheus Aleixo enfatizou a falta de ética na atitude de regravação sem consulta. “Ninguém nunca falou comigo para gravar a música, para soltar no Instagram, para soltar não sei onde. Que loucura, né? Que tempos que a gente vive. Nós não somos donos de mais nada mesmo, nem do que é nosso”, desabafou. Ele destacou a importância de falar sobre o assunto em nome de todos os compositores que enfrentam situações semelhantes diariamente.
O sertanejo deixou claro que, caso tivesse sido procurado, “talvez até liberasse a música de boa”, ressaltando a importância do diálogo e do respeito aos direitos autorais.
O Alerta de uma Classe
A nota de repúdio dos compositores reforça que a situação de Matheus é um exemplo do “desrespeito sistemático ao direito autoral, à ética artística e ao esforço criativo de quem constrói as bases da música brasileira”. O documento faz um apelo por:
- Respeito irrestrito à autoria: Garantindo que os criadores sejam reconhecidos e consultados.
- Não monetização de faixas não autorizadas: Pedindo que plataformas digitais e produtoras não lucrem com obras gravadas ilegalmente.
- Responsabilização de infratores: Exigindo que artistas, selos e empresários que violarem os direitos autorais sejam responsabilizados.
A polêmica levanta um importante debate sobre a necessidade de maior conscientização e rigor nas regulamentações para proteger o trabalho dos compositores, garantindo que a criatividade seja devidamente reconhecida e remunerada em um cenário musical cada vez mais dinâmico.